
Aurélio Fabião Ginja, un mozo da nova xeración de intelectuais africanos criados após a independencia, estivo en Pontevedra na XXXI Semana Galega de Filosofía para lembrarnos o que fora un proxecto revolucionario que tentaba sintetizar liberación nacional e social como o que representaba no seu momento Mozambique.
Recordou cal era o discurso hexemónico que se centraba na construción do “homem novo” liberado da colonización e da explotación de clase: A formação do Homem Novo consiste, segundo Samora Machel, na formação de uma nova mentalidade, pois não é somente ensinando “a falar e escrever bem que conseguiríamos formar um outro homem. Há que criar uma mentalidade nova”. E para isto púñase especial acento na educación “Uma vez formada a nova mentalidade, sublinha Samora Machel, vão germinar novas idéias, que lutam “permanentemente contra as idéias velhas, contra os hábitos velhos (...) surge o combate para dinamizar e revigorar o novo. Novo com conteúdo revolucionário”. Para isso, é imprescindível a educação: O nosso principal instrumento para formarmos o homem novo, o homem liberto das idéias velhas, da mentalidade adulterada pela ideologia colonial-capitalista e tribal- feudal, o homem formado nas idéias e na prática do socialismo.
Mais que era o “homem novo” que se pretendía coformar?. Dinos Ginja: Ante a circularidade que caracteriza os discursos da FRELIMO no tratamento do Homem Novo, Sérgio Vieira talvez tenha sido quem procurou esclarecer esse conceito com sua intervenção na segunda Reunião do Ministério de Educação, no ano de sua criação, em 1977. Nessa intervenção, Vieira afirmou que o Homem Novo é o resultado de um processo. Para melhor explicitar esse: processo, procedeu a uma comparação entre o homem colonizado e o tradicional, para depois afirmar o Homem Novo. Vieira considera que uma das características do homem colonizado é a ausência da dimensão histórica. Por isso, ele não consegue se localizar e também não localiza historicamente a sua sociedade. Em relação à localização geográfica, a única referência do homem colonizado é a metrópole. Por conseguinte, argumenta Vieira, “ele se encontra do outro lado do mar - no ultramar. Se perguntado a respeito dos acidentes geográficos, vai identificar os acidentes geográficos de Portugal, sua “idéia voa para a serra da Estrela”.
Em relação à sociedade tradicional, Vieira argumenta que ela explora as mulheres, vistas apenas como meio de reprodução, objeto de fruição, uma mercadoria passível de transação. Nela existem desigualdades no tratamento da mulher e dos jovens. A sociedade tradicional, para Sérgio Vieira, também é empirista e obscurantista, e estas duas características constituem as únicas formas de conhecimento dessa sociedade.
Assim, as duas sociedades, a tradicional e a colonial, segundo Vieira, não favorecem a formação do Homem Novo. Embora reconhecendo a dimensão subjetiva no processo de criação do Homem Novo, para não cair no idealismo, Vieira afirma que é necessário ter presente a dimensão objetiva, ou seja, a realidade concreta: Temos de mudar a base econômica e social, temos de mudar as infra-estruturas da sociedade para criarmos o homem novo. O homem novo não é um santo. O homem é o produto de uma sociedade concreta, é o resultado objetivo de uma sociedade, embora ele aja para a transformação. O homem novo na perspectiva que nós definimos, não pode surgir da sociedade burguesa ou da sociedade feudal.
Ponse en dúbida que ese “homen novo” que pretendía conformarse puidera ter lugar sen un desenvolvemento económico axeitado. En definitiva, que a educación non abonda. Así na década 1980-1990 marcouse como obxectivo vencer o subdesenvolvemento. Cousa que non aconteceu. Comenta Aurelio: Não era uma corrida contra a história? Com que meios humanos, científicos, técnicos e tecnológicos o país contava para, em dez anos, conseguir superar os efeitos de um “colonialismo pobre, cuja prioridade era a acumulação de rendimentos”? Sendo limitadas as forças internas ao país, a FRELIMO esperava dispôr de uma grande ajuda vinda de países amigos, quer africanos, progressistas ou socialistas. Assim, afirmavam os dirigentes da FRELIMO, a cooperação com países amigos e organizações progressistas fornece ao nosso País a experiência fecunda dos trabalhadores de todo o mundo no combate pela independência econômica e permite acelerar o processo de edificação da base material para a passagem ao socialismo.
Mais a caída do socialismo nos países do leste europeo, a guerra civil, etc... fixeron que as condicións materiais desenvolvementistas sobre as que se apoiaba ese proxecto de home novo se desmoronasen fronte a un neoliberalismo que se vía como solución para acadar dito “progreso”.
O caso é que semella que ao fin os anticolonialistas pretendían implantar na África receitas eurocéntricas, mentres, por outra banda, o propio Samora Machel apelaba á mergullarse na cultura do pobo para erguerse desde a propia situación concreta. Países deseñados coa escuadra e cartabón na Conferencia de Berlín tiñan que construír unha identidade alternativa á metrópole sen poñer en perigo o equilibrio interno. Así Mozambique con máis de 22 linguas optaba por impoñer como oficial o Portugués, o do imperio. En definitiva, Aurelio tróuxonos a Pontevedra a realidade dunha outra sociedade que nos fixo conscientes das contradicións e limitacións que ten partir de bases tan precarias como as que impón as propias circunstancias e da necesidade de asumilas para comprender desde elas o xeito de construír un outro home (e muller) a partir de mellor entender mellor e valorar o que hai.
Recordou cal era o discurso hexemónico que se centraba na construción do “homem novo” liberado da colonización e da explotación de clase: A formação do Homem Novo consiste, segundo Samora Machel, na formação de uma nova mentalidade, pois não é somente ensinando “a falar e escrever bem que conseguiríamos formar um outro homem. Há que criar uma mentalidade nova”. E para isto púñase especial acento na educación “Uma vez formada a nova mentalidade, sublinha Samora Machel, vão germinar novas idéias, que lutam “permanentemente contra as idéias velhas, contra os hábitos velhos (...) surge o combate para dinamizar e revigorar o novo. Novo com conteúdo revolucionário”. Para isso, é imprescindível a educação: O nosso principal instrumento para formarmos o homem novo, o homem liberto das idéias velhas, da mentalidade adulterada pela ideologia colonial-capitalista e tribal- feudal, o homem formado nas idéias e na prática do socialismo.
Mais que era o “homem novo” que se pretendía coformar?. Dinos Ginja: Ante a circularidade que caracteriza os discursos da FRELIMO no tratamento do Homem Novo, Sérgio Vieira talvez tenha sido quem procurou esclarecer esse conceito com sua intervenção na segunda Reunião do Ministério de Educação, no ano de sua criação, em 1977. Nessa intervenção, Vieira afirmou que o Homem Novo é o resultado de um processo. Para melhor explicitar esse: processo, procedeu a uma comparação entre o homem colonizado e o tradicional, para depois afirmar o Homem Novo. Vieira considera que uma das características do homem colonizado é a ausência da dimensão histórica. Por isso, ele não consegue se localizar e também não localiza historicamente a sua sociedade. Em relação à localização geográfica, a única referência do homem colonizado é a metrópole. Por conseguinte, argumenta Vieira, “ele se encontra do outro lado do mar - no ultramar. Se perguntado a respeito dos acidentes geográficos, vai identificar os acidentes geográficos de Portugal, sua “idéia voa para a serra da Estrela”.
Em relação à sociedade tradicional, Vieira argumenta que ela explora as mulheres, vistas apenas como meio de reprodução, objeto de fruição, uma mercadoria passível de transação. Nela existem desigualdades no tratamento da mulher e dos jovens. A sociedade tradicional, para Sérgio Vieira, também é empirista e obscurantista, e estas duas características constituem as únicas formas de conhecimento dessa sociedade.
Assim, as duas sociedades, a tradicional e a colonial, segundo Vieira, não favorecem a formação do Homem Novo. Embora reconhecendo a dimensão subjetiva no processo de criação do Homem Novo, para não cair no idealismo, Vieira afirma que é necessário ter presente a dimensão objetiva, ou seja, a realidade concreta: Temos de mudar a base econômica e social, temos de mudar as infra-estruturas da sociedade para criarmos o homem novo. O homem novo não é um santo. O homem é o produto de uma sociedade concreta, é o resultado objetivo de uma sociedade, embora ele aja para a transformação. O homem novo na perspectiva que nós definimos, não pode surgir da sociedade burguesa ou da sociedade feudal.
Ponse en dúbida que ese “homen novo” que pretendía conformarse puidera ter lugar sen un desenvolvemento económico axeitado. En definitiva, que a educación non abonda. Así na década 1980-1990 marcouse como obxectivo vencer o subdesenvolvemento. Cousa que non aconteceu. Comenta Aurelio: Não era uma corrida contra a história? Com que meios humanos, científicos, técnicos e tecnológicos o país contava para, em dez anos, conseguir superar os efeitos de um “colonialismo pobre, cuja prioridade era a acumulação de rendimentos”? Sendo limitadas as forças internas ao país, a FRELIMO esperava dispôr de uma grande ajuda vinda de países amigos, quer africanos, progressistas ou socialistas. Assim, afirmavam os dirigentes da FRELIMO, a cooperação com países amigos e organizações progressistas fornece ao nosso País a experiência fecunda dos trabalhadores de todo o mundo no combate pela independência econômica e permite acelerar o processo de edificação da base material para a passagem ao socialismo.
Mais a caída do socialismo nos países do leste europeo, a guerra civil, etc... fixeron que as condicións materiais desenvolvementistas sobre as que se apoiaba ese proxecto de home novo se desmoronasen fronte a un neoliberalismo que se vía como solución para acadar dito “progreso”.
O caso é que semella que ao fin os anticolonialistas pretendían implantar na África receitas eurocéntricas, mentres, por outra banda, o propio Samora Machel apelaba á mergullarse na cultura do pobo para erguerse desde a propia situación concreta. Países deseñados coa escuadra e cartabón na Conferencia de Berlín tiñan que construír unha identidade alternativa á metrópole sen poñer en perigo o equilibrio interno. Así Mozambique con máis de 22 linguas optaba por impoñer como oficial o Portugués, o do imperio. En definitiva, Aurelio tróuxonos a Pontevedra a realidade dunha outra sociedade que nos fixo conscientes das contradicións e limitacións que ten partir de bases tan precarias como as que impón as propias circunstancias e da necesidade de asumilas para comprender desde elas o xeito de construír un outro home (e muller) a partir de mellor entender mellor e valorar o que hai.
Xoán Carlos Garrido